Lyon foi uma das primeiras cidades francesas a possuir um comércio de livros impressos pelo novo método inventado por Gutemberg, tornando-se um importante centro europeu da impressão entre os séculos 15 e 16. Foi em Lyon que, em 1476, foi impressa a primeira obra em língua francesa – La legende dorée, de Jacques de Voragine.
O livro tem forte presença do por toda a cidade, seja na estátua do escritor lionês Saint-Éxupery, na Place de Bellecours; seja nas referências históricas, como na placa indicando a residência do mestre tipógrafo Guillaume Leroy, sócio de Barthélemy Buyer, primeiro editor de Lyon; ou na bela fachada da biblioteca pública, decorada em homenagem a 500 autores locais.
Lyon é rica em livrarias – contei umas duas dúzias pelos bairros onde passei. Lá também há os bouquinistes à beira do rio – o Rhône –, nas manhãs de domingo.
Voltando ao Musée de l’Imprimerie, seu acervo, distribuído em oito salas, é composto por fragmentos de papiro e de pele de velino, assim como de exemplares vindos da Mesopotâmia (tablete gravado com escrita cuneiforme), da China e da Coréia. Livros manuscritos, incunábulos e edições impressas do Código de Henrique III (1593), do tratado de geografia de Bernhardus Varemius (1671) e da Enciclopédia de Diderot (1751) podem ser apreciados.
No museu também se pode ver a evolução do métier e das técnicas de impressão ao longo dos séculos, assim como a história da ilustração, contada em cinco salas, com exemplares de gravuras impressas em couro e litogravuras, e edições como a das Obras de Rabelais, ilustrada por Gustave Doré.
Abrigado em uma bela construção renascentista do final do século 15, o edifício, inicialmente projetado para o comércio, foi sede da Prefeitura (séc.17) e do museu do banco Crédit Lyonnais (meados do séc. 20). Inaugurado em dezembro de 1964, o Musée de L’Impression vale a visita!