segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Primeiras impressões

Retorno de um final de semana em Lyon, aonde fui especialmente para conhecer o museu da impressão (Musée de l’Impression) local. Há tempos eu havia programado essa viagem, por causa da minha ligação com os livros - como leitora, profissional editorial e professora de história do livro.


Lyon foi uma das primeiras cidades francesas a possuir um comércio de livros impressos pelo novo método inventado por Gutemberg, tornando-se um importante centro europeu da impressão entre os séculos 15 e 16. Foi em Lyon que, em 1476, foi impressa a primeira obra em língua francesa – La legende dorée, de Jacques de Voragine.


O livro tem forte presença do por toda a cidade, seja na estátua do escritor lionês Saint-Éxupery, na Place de Bellecours; seja nas referências históricas, como na placa indicando a residência do mestre tipógrafo Guillaume Leroy, sócio de Barthélemy Buyer, primeiro editor de Lyon; ou na bela fachada da biblioteca pública, decorada em homenagem a 500 autores locais.

   

Lyon é rica em livrarias – contei umas duas dúzias pelos bairros onde passei. Lá também há os bouquinistes à beira do rio – o Rhône –, nas manhãs de domingo.

 
  Voltando ao Musée de l’Imprimerie, seu acervo, distribuído em oito salas,  é composto por fragmentos de papiro e de pele de velino, assim como de exemplares vindos da Mesopotâmia (tablete gravado com escrita cuneiforme), da China e da Coréia. Livros manuscritos, incunábulos e edições impressas do Código de Henrique III (1593), do tratado de geografia de Bernhardus Varemius (1671) e da Enciclopédia de Diderot (1751) podem ser apreciados.



No museu também se pode ver a evolução do métier e das técnicas de impressão ao longo dos séculos, assim como a história da ilustração, contada em cinco salas, com exemplares de gravuras impressas em couro e litogravuras, e edições como a das Obras de Rabelais, ilustrada por Gustave Doré.

Abrigado em uma bela construção renascentista do final do século 15, o edifício, inicialmente projetado para o comércio, foi sede da Prefeitura (séc.17) e do museu do banco Crédit Lyonnais (meados do séc. 20). Inaugurado em dezembro de 1964, o Musée de L’Impression vale a visita!




segunda-feira, 6 de junho de 2011

Primeiras fotos

Salut!

Difícil manter a assiduidade de um blog em uma cidade bouleversante como Paris!
Muitas caminhadas, muitos parques, muitas exposições! Paris é uma festa para os olhos...


Canal St.-Martin



Canal St.-Martin



Vitrine no Marais
(como os franceses gostam de uma manif... nem que seja visual!)



Tour Eiffel vista da Rue Soufflot (Panthéon)


La Conciergerie

La Seine







quarta-feira, 25 de maio de 2011

Onde morar?



Escrevo do meu quarto da CiuP, que é a Cité Internationale Universitaire de Paris. Estou hospedada na Maison du Brésil, uma das 37 casas estudantis que abrigam mais de 10 mil estudantes de todo o mundo em uma área de 340 mil m2.

Diferente de ser um campus, a Cité não pertence a nenhuma universidade em particular. De fato, as pessoas que moram aqui estão vinculadas às mais diversas instituições de ensino parisienses.

Um pouco de História: a CiuP foi fundada em 1925 com o intuito de “construir um mundo pacífico” tendo como princípio a tolerância das diferenças. Reflexo da Primeira Guerra Mundial, a palavra de ordem aqui é “pluralidade”. A Cité recebeu o Brasil em 1959 [Mas essa já é outra história!].

Quando comecei a pesquisar as opções de moradia, a Cité acabou se revelando uma das melhores no quesito custo x benefício. Isso porque eu queria morar sozinha, num espaço só meu, e o valor do aluguel em um studio de 14m2 em um bairro central começava em 800 euros.

Sendo assim, meu conselho é: enquanto você espera a resposta da sua bolsa no exterior, pesquise bastante! Se o seu desejo é experimentar o modo francês de viver, o site do Campus France - órgão vinculado ao Ministério da Educação no qual todos os que irão solicitar visto de estudante têm que se cadastrar - sugere o Lodgis. Eles têm até um pessoal que fala português (do Brasil) na equipe! Outra opção é participar da lista da APEB, um grupo de pesquisadores residentes na França. Lá sempre tem ofertas de apartamentos e de “colocação” (vaga). Vale a pena conferir!


À tout à l’heure!
Foto: Cité Universitaire - Maison Internationale | Fotografia de Patrick GIRAUD

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Bienvenue!

Se você está se perguntando de onde tirei esse título, foi porque “bolsa-sanduíche” me pareceu anglófilo demais para um blog onde irei narrar meu dia-a-dia como pesquisadora na França, um país que tem orgulho de seu pão mais famoso. Daí para o rebatismo foi um pulo!



Bem, me apresento: sou aluna da PUC-Rio e vim para cá para uma temporada de pouco mais de três meses, para realizar minha pesquisa de doutorado. Foram longos cinco meses de espera, mas finalmente estou em Paris! E minha proposta é lhe fornecer informações imprescindíveis a partir da minha própria experiência de morar fora do Brasil para estudar.

Bref, se você já é, ou pretende ser, pesquisadora ou pesquisador buscando informações sobre a vida acadêmica em Paris - e mais! - espero que este blog lhe seja útil!

Au revoir!








Bienvenue!

Se você está se perguntando de onde tirei esse título, foi porque “bolsa-sanduíche” me pareceu anglófilo demais para um blog onde irei narrar meu dia-a-dia como pesquisadora na França, um país que tem orgulho de seu pão mais famoso. Daí para o rebatismo foi um pulo!

Bem, me apresento: sou aluna da PUC-Rio e vim para cá para uma temporada de pouco mais de três meses, para realizar minha pesquisa de doutorado. Foram longos cinco meses de espera, mas finalmente estou em Paris! E minha proposta é lhe fornecer informações imprescindíveis a partir da minha própria experiência de morar fora do Brasil para estudar.

Bref, se você já é, ou pretende ser, pesquisadora ou pesquisador buscando informações sobre estudos na França – e muito mais! – , espero que este blog lhe seja útil!

Au revoir!